13 fevereiro 2007

Homenagem à Givanildo Silveira

Tenho que reconhecer que as últimas postagens deste blog foram um tanto carregadas, mas já que o assunto em voga é polícia, porque não nos divertirmos um pouco com isso? E onde conseguir casos policiais toscos de qualidade? No programa "Sem meias palavras"!!! Já utilizei em uma postagem anterior quatro vídeos deste programa e tenho que admitir, como jornalista, que o repórter Givanildo Silveira é sensacional. Bem-humorado, sagaz, descolado e espirituoso, Givanildo faz os incidentes mais esdrúchulos tornarem-se obras-primas do escracho jornalístico. Bom, chega de papo e vamos ao que interessa:
- Ivanildo Holanda, o Caninha
Na 1ª, estava "perturbando a ordem". Na 2ª, tentou assaltar um caminhoneiro com um revólver de brinquedo. Na 3ª espancou um cara na rua. Na 4ª, armou uma emboscada para matar o padrasto. E todas elas têm uma coisa em comum: cachaça.
- Orlando Inácio, o Rastafari Ladrão de Calcinha
Preso em flagrante com um saco de calcinhas na mão. Sua defesa: "eu fir uma présepada puque tarra bebenu".
- Jucelino Soares, o cabra-macho beijoqueiro
Ao ver uma viatura de polícia passar por ele, desandou a chamá-los de "corno" e foi preso por desacato. Mas ao chegar na delegacia... "coisinha linda, eu quero dá um beijo em tu, danado!!!".
- Reginaldo, o homem de calcinha
Preso por tentar agredir a própria esposa, mas na hora de ser revistado, que surpresa...
- José Dionisio, o doido do portão
Preso por tentar quebrar os portões da rua onde morava. Agora quando ele tentou explicar... eita, manguaça!!! Achava que tinha 21 anos e tudo!!!
- Roberto, o corno de Jesus
Corno assumido, foi preso encachaçado aos berros: "Eu bebo em nome de Jesus"
- Edeilton Severino, o gaguinho ladrão de cavalos
"Botei a cela no cavalo pá tomá cana"
- Margarida, a aleijadinha fogosa
Ela foi até a delegacia para denunciar Evandro Francisco, casado. Margarida alegou que não é mais amante dele e Evandro não larga de seu pé... E eu assistindo o vídeo e constatando: "ela não tem pé!!!". Essa não teve cana, pelo menos.
- Severino, o Biu Alma Sebosa
Biu é "caba homi, positivo e trabaiador", mas está sendo acusado de roubo pela polícia.
- Elson, o bebum do Fuco-Fuco
Preso por provocar um acidente... e na ambulância resolveu falar da mulher de alguém com quem ele fez Fuco-Fuco.
- Abraão, que de santo não tem nada
Preso por fazer gestos obscenos. Por quê? por causa da velha manguaça...
- Heleno, o homem sem-memória
Preso por bater na própria mãe. E quem foi que disse que ele sabia disso? Nem o mé...
- Tom, o cãozinho EMO
A cadelinha Lala está "arretada", e ele só quer saber da garrafa... e não é de aguardente!!!
- Leonaldo, o famoso "Tomá cachaça, carai!!!"
O título fala por sí...
versão "sem censura":

11 fevereiro 2007

Angústia

Reconheço que a fase pela qual estou passando não é das melhores... Não sei o que está acontecendo, ando sem disposição para nada, meu pensamento está sempre longe e estou com um aperto no peito cuja origem é inexplicável. Me falaram que era agonia, mas refletindo sozinho ficou difícil encontrar uma fonte para tal sensação. Acho que a descobri esta semana: é medo.
De quê? Outro enigma na minha desordenada caixola. Porém um fato que com certeza mexeu bastante com essa minha sensação desagradável foi o ocorrido na última quarta-feira, quando um menino ficou preso no cinto de segurança do carro de sua mãe recém-assaltado e foi arrastado pelo asfalto do subúrbio por bandidos por mais de 7 quilômetros. As coisas que passaram (e ainda passam) pela minha cabeça são inúmeras: como ficou o coração daquela mãe que viu seu filho, aos berros, sendo levado pelos bandidos; como estava a cabeça do próprio menino, sentindo o asfalto rasgando seu corpo e não podendo fazer nada a não ser gritar; o desespero dos transeuntes que testemunharam o carro passando com uma criança pendurada pelo pé; o pai da criança que, com muita coragem e sangue frio, fez o percurso dos bandidos de táxi na frustrada esperança de encontrá-lo parado em alguma esquina aguardando socorro.
Eu vi uma reportagem sobre o caso onde foram exibidas inúmeras imagens do menino. Recém-nascido, neném, pouco crescido, crescido, bem crescido, poucos dias antes do assalto... e em todas elas meus olhos só viam meu filho. Os olhos claros iguais aos do meu filho; o cabelo cortado e penteado igual ao do meu filho; alguns brinquedos idênticos ao do meu filho; até mesmo a camisa do Botafogo igual à que meu filho tem. Horrível!!! Naquele momento tive a sensação de que quem havia morrido naquele assalto não foi aquele inocente menino, e sim o Thiago.
A sensação que estou sentindo ao escrever isso é a mais escrota possível: uma experiência vazia, como se alguém tivesse introduzido um canudo em meu peito e assoprado ar dentro dele. Eu literalmente vi meu filho morto naquela reportagem, mas tenho total conhecimento de que ele está vivo, bem e fazendo bagunça na sala, assistindo Discovery Kids. Eu, sentindo esse vazio, fico me perguntando: "como será que estão aqueles pais?" Principalmente a mãe, que além de passar pela traumatizante experiência de ser assaltada, viu seu filho ser arrancado dela. É... é uma sensação MUITO escrota!!!
Saindo do trabalho hoje, no Centro, parei no portão do prédio e fitei os dois lados da rua, não encontrando ninguém. A rua estava deserta MESMO. A sensação de medo tomou conta de mim e a única coisa que fiquei pensando foi em quanto tempo eu seria assaltado ou até mesmo em que esquina eu ia levar um tiro. A frieza desses monstros para com o garoto mexeram comigo extremamente. Eu descobri que não sou invencível, imortal. Descobri também que minha família não está mais salva e que a ausência de qualquer um deles me destruiria psicológicamente.
E o que fazer com aqueles animais? Prender, torturar, matar? É pouco... é muito pouco, se compararmos com a experiência de perder alguém querido, alguém insubstituível. Mandar matar a mãe deles? Seria tirar deles algo importante, mas não surtiria efeito algum, já que eles não amam nada nem ninguém. Não passam de bestas desumanas, pesos mortos para a sociedade, cuja morte não faria diferença para ninguém. ("Reginas Duartes", não me venham com aquela história patética de direitos humanos, vão para o inferno!!!).
Estou triste... triste e assustado, vendo que paulatinamente o Rio de Janeiro etá sendo tomado por estas feras desalmadas e não há mais nada que possa ser feito.