01 janeiro 2007

Saddam foi... Merecido?

Para começar o ano, nada melhor do eliminar o mal dentro de nós e somente nos concentrar nas coisas boas da vida, correto? Na teoria, sim... Na verdade é exatamente para isso que serve a famosa "virada", nós esquecemos das atrocidades que são feitas por nós mesmos e/ou contra nós, todos são amigos e tudo recomeça do zero.
E para começar 2007, nada melhor do que executar um dos maiores filhos-da-puta da história moderna. Sim, titio Saddam foi obrigado a não usar seu cinto em suas calças e sim em seu pescoço. Os simpáticos e atenciosos executadores medievais visivelmente sorridentes sobre a negra máscara de pano que cobria seus rostos debochavam abertamente da situação, onde era possível notar palavras de ordem explanadas por eles, tais como "vai para o inferno" e "que Maomé te amaldiçoe". Titio Saddam, não se fazendo de rogado, retrucava com a mesma intensidade, como se estivesse portando uma de suas velhas carabinas e não uma larga corda em seu pescoço. No fim, a queda pelo vão da forca encerrou um ciclo de mortes e destruição no Iraque... Encerrou? Será mesmo? Desde que titio Saddam "perdeu a cabeça" (paupérrimo este trocadilho), quase 100 civis já morreram por lá e no total mais de 3.000 soldados norte-americanos vestiram paletós de madeira à partir do aprisionamento do titio Saddam, em 2003.
O fato é que Saddam Hussein não está mais na Terra. Não sou eu que vou dizer que ele merecia a forca... ou se merceia algo mais brando como pena perpétua, morte por injeção letal ou fuzilamento no quintal da Casa Branca. No fundo, a morte dele não está fazendo a mínima diferença, pelo menos à curto prazo. Iraquianos continuam morrendo, americanos permanecem em território árabe e tanto George Bush, quanto o Lula continuam presidindo seus respectivos países... Aí você se pergunta: o que o Lula tem a ver com isso?
Respondo: nada... "entre aspas". Por quê? Porque, no Brasil, não temos apenas um rico e desafiador ditador no comando, e sim vários pequenos mandantes, localizados no alto de suas favelas, cujas regras de lá estão começando a imperar por aqui. Sempre reclamamos do governo (que não fazem nada a respeito da violência e tal... o de sempre), mas quando estes o fazem, os verdadeiros ditadores de nossa adorável democracia carregam suas "leis" e metralham policiais, incendeiam ônibus e saqueiam estabelecimentos comerciais, espalhando o terror por onde passam. Eu sei que ainda não respondi porque citei o Lula, mas o farei agora: "O que o Lula tem a ver com isso?" Ele criticou abertamente o enforcamento do Saddam. Sim, titio Saddam fez muitas maldades em sua terrinha (já falei que não vou discutir isso), mas e esses filhos-da-puta? Esses terroristas tupiniquins? Ein? Não fizeram atrocidades suficientes? Quer dizer que Lula é contra que a justiça seja cumprida? (afinal de contas, não foi isso que a Justiça determinou? Enforcar o mané? Então...)
Claro... com certeza vai aparecer uma "Regina Duarte" em meu blog dizendo "coitadinhos, eles não tiveram mãe, não tiveram instrução nem oportunidades na vida, são pobres coitados". NÃO FODE!!! Qualquer ser humano racional e ético sabe que eles não estão nessa por "falta de oportunidade". Eles estão nessa porque querem. Porque o dinheiro que aparece é fácil. Morrer? Ah, está mais do que claro que eles não têm medo disso... segundo eles "se eu morrer, vai aparecer um melhor ou pior" (dito abertamente por um pivetinho de apenas 8 anos!!!). Então qual seria a solução? Prender? Não... eles fogem. Ensinar? Não... eles não querem. Matar? Mas matar de verdade?... opa!!! Cheguei em uma questão interessante. Mataram o Saddam e por lá nada melhorou. Mas e se no Brasil se iniciasse uma onda de assassinatos à bandidos? Será que melhoraria? Será que eles finalmente não ficariam realmente intimidados? Não sei... não sei mesmo. Enforcaram o Saddam e disseram que ele não merecia, mas e as famílias que tiveram parentes assassinados por ele? Acredito que eles pensam que ele mereceu... aposto que eles fariam ainda pior.
Desculpe extravasar desta forma, mas se eliminar um cara como Saddam Hussein é algo inaceitável, o que é? Aceitar que estes bandidos façam o que fazem?
Na minha opinião? No Brasil a única coisa que pode vir a servir é a Lei do olho por olho, dente por dente... e tenho dito!

1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Mig,

Vc escreve muito bem, quase me convenceu que voltar aos tempos medievais é uma boa alternativa. Confesso que muitas vezes acreditei na política do “olho por olho, dente por dente”.
O que me fez desistir? Por incrível que pareça: A Justiça Brasileira. Como? Vc deve achar que eu enlouqueci. Pode até ser. O bandido que mata para roubar ou o marido que encontra a mulher na cama com outro? Os dois, de formas iguais? Calma eu vou explicar, aqui quem mata os pais para ficar com o namorado recebe a mesma pena que o homem traído, a diferença é que ele apodrece na cadeia, já a filhinha... Tem gente que fica com peninha...Será que o “olho por olho” vale aqui? Será que um dia valeu?
Não concordo que matar Saddam seja a saída, como vc disse, as pessoas continuam morrendo, já Saddam virou herói. É herói sim, ele morreu com todo mulçumano fanático sonha morrer: Em nome de Alah. Se você acha que é coisa de agora, lá naquela terra de radicais o que dizer das Cruzadas? Ah, isso é primitivo!
Um pouco antes era usual pendurar assassinos em cruzes. Já os romanos jogavam homens (mulheres também) em arenas com leões. Primitivo, né?
Matar uma pessoa é, sem duvida um crime, agora matar covardemente centenas de inocentes, é repugnante. Matar em nome de Deus? É primitivo.
Assim como Saddam, todos os ditadores e assassinos deveriam pagar pelos seus crimes. Bush foi enforcado? Não, a mídia está do lado dele.
Então me pergunto, será igualar a eles é a resposta?
Quando eu digo “se igualar” é porque enforcar um monstro como foi Saddam, não resolve a crueldade do mundo. A prova? O que mudou? Continuam matando.
Matar um bandido na favela não vai impedir que surjam outros.
Agora vou dar a opinião de quem acredita que só Deus, quem nos deu a vida, Pode tirá-la.
O maior castigo que um Homem pode dar à outro é a exclusão, não matando. Concordo que abandonar o “problema” em uma cadeia e sustentá-lo eternamente também não é o ideal. Em uma sociedade utópica as penitenciarias seriam armas de correção, enquanto isso não ocorre, se é que vai, nos resta assistir aos julgamentos humanos, que nem sempre é imparcial, melhor, quase nunca.
Odiei Saddam muitas vezes, foi ele quem provocou em mim o primeiro sentimento de medo da guerra, naquela época, Bush (o pai) era o herói do momento. Ele matou pessoas, mesmo assim era o bonzinho. Ah! Desculpa-me, ele não matou, mandou jogarem bombas. Sei muito bem que as situações eram diferentes: Um matou para ter o monopólio dos poços de petróleo e o outro pelo controle dos poços de petróleo. Não entendeu? Simples, o Super Bush não era o bonzinho com pena do povo invadido e usurpado pelo Titio Saddam, ele lucrou com isso.
Mesmo assim o meu ódio não me dá o direito de matar. Se todos pudessem se vingar, volitaríamos a viver como selvagens. Valderez que me desculpe, mas o bicho mais primitivo que existe é o Homem, o único em toda terra que mata por prazer.

Desculpa o tamanho do texto, vc reclamou que eu não escrevia resolvi registrar pelo mês.
Amo-te.
Daniela

2/1/07 17:42  

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